Em Ceci n’est pas um film, Paulo Ribeiro não tem a pretensão de ilustrar um filme com dança. A intenção é proporcionar uma viagem por imagens de passado e imagens de futuro, que conduzem ao dueto de maçã e ovo, que por sua vez, sugere a elevação do amor. Amor que se torna possessivo, exigente, dependente, desesperado, exaltado, sufocante; mas também patético, cómico, trágico-cómico, lúdico, frívolo, virtuoso, sinuoso, cabotino e esvaziado. Amor que derrapa nos fantasmas da negritude da alma e da hiperatividade como forma de exorcizar a ilusão ou a desilusão!
Sem narrativas fechadas, sem dramaturgia esmagadora, sem a obrigação de tudo perceber, os dois intérpretes em palco conduzem-nos por um mundo de sentidos que são os da vida na sua configuração mais simples de se afirmar. Em simultâneo e, indelevelmente, convocam Magritte a acompanhar-nos.
Autoria, coreografia e espaço cénico Paulo Ribeiro
Colaboração e seleção de filmes Cine Clube de Viseu
Interpretação Ana Jezabel e João Cardoso
Desenho de luz Cristóvão Cunha
Projeto apoiado no âmbito do programa Viseu Terceiro
© José Alfredo