Na sequência da estreia de Morte de um caixeiro-viajante, em 1949, Arthur Miller publicou o ensaio A Tragédia e o homem comum, o qual reclama a dignidade do homem comum e da sua vida anónima e banal, colocando-o no centro da vertigem trágica. Esta ação veio suscitar uma nova tipologia de herói no campo da dramaturgia na segunda metade do século XX: o desalinhado, o marginal, o rebelde sem causa e o zé-ninguém.
Neste sentido, este ímpeto trará o quotidiano, o insignificante e o ordinário para palco, afastando-nos das histórias trágicas, possibilitando o testemunho e a narração da epopeia da vida humana.
Partindo desta ideia, Rui Pina Coelho irá orientar uma oficina de escrita para teatro, que num primeiro momento será de caráter teórico e expositivo, procurando explorar criticamente a moldura temática proposta. O segundo momento terá por base a análise de excertos de textos dramáticos e exercícios de escrita.