Conhecido sobretudo como pintor, Álvaro Lapa permanece um escritor secreto, que precisamos urgentemente de voltar a ler. É o que vem fazendo o artista visual João Sousa Cardoso, que, numa nova incursão pela obra do autor, resgata
Barulheira ao silêncio. Num ensaio a várias vozes, Sousa Cardoso e os atores procuram o texto polifónico de Lapa, urdidura de monólogos interiores, relatos diarísticos e pequenas narrativas que revisitam as figuras da mitologia pessoal do artista, além de passagens onde convoca Artaud, celebrando a vitalidade pré-cultural que nasce da experiência livre do corpo e da linguagem. Depois de
Raso como o Chão – apresentado no Teatro Viriato em março de 2013 –,
Barulheira aprofunda uma reflexão sobre as formas fundamentais da construção teatral, a imaginação, o eros e a liberdade em Portugal, mantendo vivas as arestas entre as disciplinas artísticas.
Criação João Sousa Cardoso
Interpretação Ricardo Bueno, Marta Cunha, Constança Carvalho Homem e João Sousa Cardoso
Desenho de luz Miguel Ângelo Carneiro
Registo em filme Nuno Gonçalves
Direção de produção Isalinda Santos
Coprodução Confederação e Teatro Nacional São João
© Catarina Oliveira