Era uma vez uma princesa... Não. Este espetáculo não é sobre princesas. Eis que chega mais uma antiprincesa para virar tudo de pernas para o ar. Quem melhor do que Clarice Lispector, que virou do avesso frases e géneros literários, dobrou as palavras e libertou os pensamentos?
Esta brasileira considerava-se “anti-escritora”, porque não gostava de estruturas, das coisas académicas, nem de regras, e escrevia onde e como podia: em papelinhos, guardanapos ou com a máquina de escrever no colo, enquanto os filhos corriam e ela atendia o telefone e os ajudava com os trabalhos de casa.
Uma mulher trabalhadora, que viveu como uma princesa na Europa e nos Estados Unidos e que não gostou disso, que regressou à sua terra amada e continuou a trabalhar, e até escreveu livros para meninas e meninos cujos protagonistas são uma galinha, um coelho pensante, e até um cão maluco que come cigarros...
O mundo de Lispector não tem uma só porta, tem muitas e diferentes, e também janelas com pontos e vírgulas desordenados, para que nada fique dito e tudo permaneça por contar.
Clarice faz parte de uma série de quatro espetáculos – AntiPrincesas – criados por Cláudia Gaiolas a partir da coleção de livros com o mesmo nome, editada pela Tinta da China e pela EGEAC.
Direção e interpretação Cláudia Gaiolas
Assistência de direção Leonor Cabral
Dramaturgia Alex Cassal
Cenografia e figurinos Ângela Rocha
Coprodução Teatro Meia Volta e Depois à Esquerda Quando Eu Disser e São Luiz Teatro Municipal
Uma encomenda São Luiz Teatro Municipal e Programação em Espaço Público,
a partir da coleção Antiprincesas, edição de parceria entre a Tinta-da-China e a EGEAC
Integrado na programação Lisboa na Rua
© José Frade