Cyrano não partilha dos ambientes psicológicos, simbolistas e realistas de Hedda Gabler, Menina Júlia ou de Ivanov, seus contemporâneos. Nem habita as ruas sombrias, românticas ou góticas que iluminaram o século de Edmond Rostand. Mas Cyrano tem um dos narizes mais famosos do mundo e, tal como o do Major Kovaliov de O Nariz de Gogol, ultrapassa largamente a dimensão meramente física. A protuberância grotesca que vive no meio da sua cara é o embaraço do seu amor por Roxanne. Será por meio das palavras que empresta a Cristian, o jovem e belo cadete por quem Roxanne se apaixona, que Cyrano declarará, em alexandrinos, a mais bela, trágica e intemporal declaração de amor.
Tradução João Paulo Esteves da Silva
Encenação Bruno Bravo
Dramaturgia Bruno Bravo e Ricardo Neves-Neves
Cenário e figurinos Stéphane Alberto
Desenho de luz André Calado
Música Sérgio Delgado
Interpretação António Mortágua, Carolina Salles, Eduardo Breda, Paulo Pinto e Ricardo Neves-Neves, Sofia Vitória, Miguel Sopas e 20 a 30 figurantes de Viseu
Coprodução rede 5 Sentidos (Teatro Viriato e Maria Matos Teatro Municipal)