Uma longa estrada desliza pela aldeia de Azaro. Ali, em África, a terra queima e a luz castiga, de tal maneira que, por vezes, se vêem coisas que não estão lá. Azaro aguça os olhos e vê a mãe desaparecer pela estrada numa direção, o pai na outra, cada um andando cada dia um pouco mais longe para ganhar a vida.
Que estrada é esta que dá e tira? Que leva tudo a quem não tem nada? Que vida é esta à beira da estrada? Uma vida em que a barriga zumbe, o calor aperta e as histórias são para encher a solidão. Azaro senta-se junto do pai todas as noites, esperando a história. Uma noite, o pai fala. Conta ao filho a história da estrada esfomeada. A história do monstro da estrada. Uma história mágica que se torna um mito universal sobre a pobreza e a escassez de recursos.
Dramaturgia e encenação Vera Alvelos
Cocriação e interpretação Lucília Raimundo e Miguel Fragata
Cocriação e cenografia Rita Castro Hermínio
© Ilustração Catarina Fernandes