Filipe Raposo é considerado, por muitos, um notável alquimista dos sons, uma referência na música portuguesa, que tem trabalhado com nomes como Sérgio Godinho, José Mário Branco, Janita Salomé ou Amélia Muge.
Em Viseu, o pianista apresenta Øcre. Primeira parte de uma trilogia de discos, que parte da reflexão artística sobre o sistema ternário de cores – vermelho, preto e branco. Para o músico sempre foi importante perceber, antropologicamente, qual o simbolismo que as cores encerram, a forma como são representadas na pintura, no cinema, na literatura ou no teatro.
A dramaturgia do disco foi moldada de acordo com os diferentes símbolos que o músico foi encontrando e que se relacionam com o vermelho/ocre: a relação com o nascimento da arte, a ambição, a paixão, a vida e a morte, a relação mística e a divindade, o sangue e o fogo. Por isso, este álbum tem também uma maior ligação à tradição popular, ou o ocre não estivesse intimamente ligado à terra.
Piano e composição Filipe Raposo
© António Marinho da Silva