sáb 21h00 | 45 min. + conversa no final | m/ 18 anos (cenas de nudez)
LOCAL Sala de Espetáculos
PREÇO 5 € // descontos não aplicáveis
«Este trabalho surge do interesse em criar um objeto cénico no qual se assume a palavra, o desenho e o gesto como elementos centrais. Um “dueto” com um quadro branco, cuja superfície plana oferece a possibilidade de registar a concretude da palavra e a subjetividade do desenho, nos interstícios da ação determinada do gesto que apaga, que faz tábua rasa para prosseguir. A manipulação do quadro branco, objeto pesado e de grandes dimensões, transforma o seu caráter estático e o espaço cénico, na relação entre corpo e objeto. Uma música de Count Basie, manipulada na duração para servir de moldura temporal a “Framework”, cria a ilusão de estrutura coreográfica pela justaposição do ritmo musical e os movimentos meramente funcionais do intérprete. Nesta reflexão em torno do real há uma qualidade festiva, pois não esqueci, naturalmente, a poética do tempo e do lugar em que me encontro. The show must go on!»
MÁRIO AFONSO
«Há um palco vazio, apenas manchado pela presença de vestígios dourados que são minuciosamente varridos. Recomeçamos.
Há um quadro branco que é uma tela, uma página em branco, uma moldura, um palco, um espaço vazio e cheio, uma matéria refletora, um corpo.
De uma forma direta e austera, este corpo, nu, expõe as suas dúvidas e revela a fragilidade de quem se coloca perante o abismo, ou o insondável da existência e da criação. Aquele lugar que não sabemos, mas que a todos pertence. Que nos deixa desarmados perante o vazio, mas também num estado de potência, como uma janela aberta onde nos projetamos exaltantes e livres.
Perante uma contenção de meios e gestos que revelam uma poética nesta funcionalidade performática, há uma explosão de pensamentos e sensações, embalados por elementos cénicos e sonoros que nos sugerem o “show”, a espetacularidade, pontuados aqui e ali por [...] algo que se constrói e destrói alternadamente até um novo vazio, deixando outra vez tudo a nu com vestígios dourados.»
MIGUEL PEREIRA [escreve com antigo AO]
Conceção e Interpretação Mário Afonso
Produção Carta Branca
Edição áudio Nuno Luz
Música “Splanky”, de Count Basie
Comunicação Patrícia Cuan
Produção executiva Hannya Melo
Apoios EIRA, Festival Cumplicidades
Agradecimentos Miguel Pereira, Sofia Campos e Teresa Dias