Guintche começou por ser apenas uma figura desenhada, nascida da memória de um concerto. Cresceu, ganhou vida própria e rebelou-se, emancipou-se. Deixou de ser a prótese de um pensamento para se tornar uma dança. O movimento repetitivo e circular da música abarca a totalidade da peça, traz o desigual, determina sucessivas mudanças de direção. Faz rodopiar
Guintche para fora de si: da cara sai o feio e o monstruoso; das mãos a máscara, mãos sucessivamente matigadas, incorporadas e vomitadas; no seu rodopiar, rebolar, o corpo contrai-se, expande-se, transforma-se, desfigura-se. O traço que se desenha entre um corpo e o outro é descontínuo; é o sair do corpo; a via da intensidade.
Conceção e interpretação
Marlene Monteiro Freitas Luz Yannick Fouassier
Música Johannes Krieger (corneta), “Rotcha Scribida” de Amandio Cabral, Cookie (bateria), Otomo Yoshihide (excerto de um solo de guitarra), Anatol Waschke (estilhaços)
Produção Bomba Suicida
Coprodução
ZDB-Negócio, Lisboa
Fotografia João Figueira