Desde Horácio, poeta latino do século I a.c., até aos nossos dias, Lídia é um nome maior de uma personagem recorrente em toda a poesia europeia. Na literatura portuguesa, Lídia serviu de inspiração a poetas e escritores como Almeida Garret, José Tolentino de Mendonça, Sophia de Mello Breyner, mas sobretudo ficará ligada intimamente a Ricardo Reis.
A partir destas referências portuguesas, principalmente do heterónimo pessoano e do modernismo português, Paulo Ribeiro criou para a CNB uma Lídia dançada a 13 vozes femininas. Evocando à memória quadros de Amadeo de Souza-Cardoso e de Almada Negreiros, o coreógrafo procurou desenvolver um movimento belo e sensual que assenta em texturas e geometrias diretamente interligadas à plasticidade da revista Orpheu. Coube ao compositor Luís Tinoco e aos músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa, o desafio de fazer sobressair a intensidade e as tensões físicas e espirituais da coreografia.
Coreografia Paulo Ribeiro
Música original Luís Tinoco
Figurinos José António Tenente
Desenho de luz Nuno Meira
Música gravada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa sob a direção de Pedro Neves
© Rodrigo de Sousa