Meio Corpo é o nome da nova produção do Ensemble – Sociedade de Atores. Após a colaboração em Hamlet (peça que estreou no Teatro Viriato em 2002) a companhia e o encenador exploram Meio Corpo como “um divertimento” ou, para soar um pouco mais francês, uma “heterotopia”, só possível com um elenco e encenador que se têm cruzado em muitos outros trabalhos.
Criado a partir de uma peça inicialmente encomendada pelo Ensemble a Jacinto Lucas Pires, este espetáculo é uma nova aventura cénica baseada na versão livre de Ricardo Pais do original encomendado. Encena-se um sonho simultaneamente antiquado e high tech: entre as palavras “coladas à pele” que uma misteriosa Big Sister tenta que não deixem espaço a qualquer arbítrio e as presunções de uma literatura roubada à imaginação de cada um por um Autor-gestor-de-eventos-e-animador-de-escritas, joga-se à cabra-cega metafísica e à permissividade, num “Cocktail” em traje escuro obrigatório, piano de cauda, música techno e outros efeitos especiais. Como escreveu João Carneiro no Jornal Expresso, por altura da estreia no CCB, “A partir de um texto de Jacinto Lucas Pires, Ricardo Pais e o Ensemble criaram uma parábola sobre a verdade da arte”.
Esteve em cena no Teatro Carlos Alberto, no Porto, entre 18 de setembro e 04 de outubro e apresenta-se a seguir no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, a 22 de outubro.
Encenação Ricardo Pais
Cenografia Pedro Tudela
Música Ricardo Pinto
Desenho de luz Rui Simão
Figurinos Bernardo Monteiro
Desenho de som Joel Azevedo
Assistente de encenação Manuel Tur
Interpretação Emília Silvestre, Jorge Pinto, João Castro, Luís Araújo, Simão Do Vale, António Parra e Ricardo Pinto
Coprodução Ensemble, Fundação CCB, Teatro Nacional São João e Teatro Viriato
© Sofia Arriscado