Sempre gostei do Peter Pan... não sei como vamos colocá-lo em cena, apesar de ter sido escrito para o palco... Talvez possamos apropriar-nos do mito e dos seus desdobramentos e ver o que um grupo de atores jovens se propõe a dizer com ele. Como diretor aprendi a conduzir a máquina para onde ela pode e deve ir, por isso, procurarei abordar a história de um garoto que não quer crescer, num contexto marcado por uma Europa, por um Portugal em crise; questionando a sua própria identidade e crescimento neste cenário global. Uma reflexão partilhada com os jovens deste projeto que, quando lhes perguntei pelo Skype sobre como estão vivendo essa crise, responderam-me: “Estamos pagando uma dívida que não contraímos”. Em troca falei-lhes sobre como é estar vivendo num país em ascensão, sabendo que este momento do Brasil é também terrível para uma maioria que vive, mas não participa integralmente nessa ascensão. Para mim que tenho muitas perguntas... é fascinante! Vou em busca deste fascínio que o teatro ainda tem: o de fazer perguntas. Ainda que não saibamos como responder, vamos compartilhar estas questões transatlânticas com o público... isso me interessa!
Márcio Meirelles (Brasil)
Encenador convidado
Márcio Meirelles (Brasil)Encenador residente Graeme Pulleyn
Participantes Ana Lopes, Bárbara Monteiro, Beatriz Santos, Cristina Almeida, Daniela Batista,
Emanuel Santos, Francisca Pereira, Gabriel Gomes, Inês Chaves, Iolanda Guepp, Pedro Santos, Salma Maburda, Sónia Teixeira, Susana Loio e ZP Almeida
Fotografia José Alfredo