Uma peça sobre uma cabeça a explodir, sobre o que nem sequer falhámos porque nos coibimos de cumprir. Na dupla condição de voyeur, a do outro e a de si próprio, o público compõe o tétris do personagem em cena, desafiando a sua própria conceção do registo público e privado. Este solo é uma possibilidade, uma fractal, marca fugaz.
Rui Horta é um veterano selvagem. Só essa condição lhe permite hoje a ousadia e a obstinação de voltar ao palco após 30 anos de ausência. Ou é ou não é. Então, que seja. Que haja luz, fogo, dor e, sobretudo, corpo. Que haja um raio que ilumina e destrói. Mas que haja. Que seja. Uma vespa dentro da cabeça, um zumbido a roer o pensamento.
Coreografia, iluminação, interpretação Rui Horta
Música original Tiago Cerqueira
Produção executiva O Espaço do Tempo
Coprodução Centro Cultural Vila Flor/ Guimarães, Convento São Francisco/ Coimbra, Teatro Aveirense/ Aveiro, Centro de Arte de Ovar/ Ovar, Hellerau Europäisches Zentrum der Künste/ Dresden
Residência artística O Espaço do Tempo
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