Yerma é nome de uma mulher casada que deseja ter um filho como todas as outras mulheres à sua volta. Descobre que o marido não lhe consegue dar o filho esperado. Por isso, desespera, não se resigna e resiste à ideia de ficar prisioneira de uma esterilidade da qual não se considera culpada e trilha um caminho que a levará à sua tragédia pessoal. O que não consegue construir com as palavras concretiza com as suas próprias mãos através do sacrifício do corpo.
Adaptando o poema de Federico Garcia Lorca, João Garcia Miguel mostra o sofrimento da impotência em múltiplas dimensões. Mas é para lá das fronteiras da impotência, num território desconhecido, que se gera a violência interior que move Yerma e Juan, seu marido, a destruírem-se como uma alegoria do fim das coisas. Essa alegoria do fim das coisas é um jogo de morte, onde esta surge como um gesto de defesa, contra a fatalidade e contra a impossibilidade de concretizar sonhos.
Texto Federico García Lorca
Direção e encenação João Garcia Miguel
Interpretação David Pereira Bastos (em substituição do ator Miguel Borges) e Sara Ribeiro
Músico Lula’s
Vídeo Miguel Lopes
Figurinos Miguel Moreira
Produção Raquel Matos
Participação especial Manuel Gomez Plaza
© Jorge Reis