Um camião TIR que vira palco. As histórias de vida de camionistas que se tornam dramaturgia. Uma relação de mecenato cultural que se transforma em peça de teatro. Viajantes Solitários, que será apresentado em Viseu pelo Teatro Viriato, de 09 a 11 de outubro, a bordo de um camião resulta de uma longa parceria assente no desafio mútuo entre o Teatro Viriato e a empresa de serviço de transportes Patinter. Um projeto essencial no percurso do Teatro Viriato, que é reposto na programação dos 20 anos, celebrando “as histórias felizes que o Teatro Viriato tem vivido na relação com os mecenas/empresas que se têm associado na construção de projetos transformadores ao nível social, político e cultural”, refere a diretora geral e de programação do Teatro Viriato, Paula Garcia.
Um camião TIR que vira palco. As histórias de vida de camionistas que se tornam dramaturgia. Uma relação de mecenato cultural que se transforma em peça de teatro. Viajantes Solitários, que será apresentado em Viseu pelo Teatro Viriato, de 09 a 11 de outubro, a bordo de um camião resulta de uma longa parceria assente no desafio mútuo entre o Teatro Viriato e a empresa de serviço de transportes Patinter. Um projeto essencial no percurso do Teatro Viriato, que é reposto na programação dos 20 anos, celebrando “as histórias felizes que o Teatro Viriato tem vivido na relação com os mecenas/empresas que se têm associado na construção de projetos transformadores ao nível social, político e cultural”, refere a diretora geral e de programação do Teatro Viriato, Paula Garcia.
Em 2015, entre o Teatro Viriato e a Patinter, surgiu a ideia de criar um espetáculo a partir das vidas e das histórias dos motoristas de longo curso da empresa. O desafio foi lançado ao Teatro do Vestido, companhia habituada a documentar antropologicamente a memória, a história e as experiências de vida. A encenadora Joana Craveiro e a sua equipa acompanharam alguns dos camionistas a bordo dos seus camiões TIR, percorreram muitas vezes o trajeto desde a sede da Patinter, em Mangualde, até à fronteira de Portugal com Espanha, para recolherem os depoimentos destes homens que viajam milhares de quilómetros solitários. Tal como refere Joana Craveiro, “são histórias de um mundo pouco ou nada documentado”.
Estreado em outubro de 2015, Viajantes Solitários resulta numa espécie de manual de um viajante singular, que explora as possibilidades poéticas dessas vidas de permanente deslocação. Uma itinerância que também contagiou o espetáculo que, desde 2015, tem circulado por todo o país, sempre a bordo de um camião da Patinter. Nas apresentações de 09 a 11 de outubro, esse mesmo camião vai estacionar à frente da Escola Secundária Emídio Navarro, com sessões a partir das 21h30.
O espetáculo Viajantes Solitários é apenas um dos exemplos das parcerias de Mecenato Cultural que o Teatro Viriato tem estabelecido. A Caixa para Guardar o Vazio, uma escultura-performance de Fernanda Fragateiro, com coreografia de Aldara Bizarro resulta também da ligação do Teatro Viriato ao tecido empresarial. Estreado em 2005, este foi um dos projetos de referência do trabalho pedagógico no contexto das artes performativas e também charneira no programa de Mecenato Cultural. Na altura, o tapete escultórico que incorpora a peça foi construído nas oficinas da empresa Habidecor e a digressão garantida, mais uma vez, pela empresa Patinter.
No ano em que o Teatro Viriato celebra 20 anos, o BPI – Fundação “La Caixa” decidiu associar-se, enquanto mecenas, à reposição desta performance de 19 a 31 de outubro. Assim como, a Patinter volta a assegurar a digressão da performance, que conta com uma passagem por Barcelona, no Mercat de les Flors.
Também a transmissão das extraordinárias óperas do The Met: Live in HD, a partir do The Metropolitan Opera House, em Nova Iorque, só é possível graças ao contributo financeiro da empresa Movecho, que auxiliou o Teatro Viriato na aquisição de uma tela específica, com qualidade de cinema.
Programa de Mecenato Cultural no Teatro Viriato desenvolvido desde 1999
O programa de Mecenato Cultural do Teatro Viriato, sustentado pelo apoio direto financeiro, mas também em géneros atribuído por pessoas individuais (“Amigos”) e empresas (“Mecenas”) tem sido desenvolvido desde 1999. Na relação com o tecido empresarial, desde o início, o Teatro Viriato procura fazer do Mecenato Cultural um projeto assente no desafio mútuo e no encontro pleno entre empresas e cultura. “Queremos continuar a caminhar ao lado das empresas, numa parceria de constante dinâmica, profícua e cada vez mais reforçada com novas empresas.”
O Mecenato sempre teve um lugar importante no financiamento da cultura. O Teatro Viriato não é concebível sem o envolvimento e o contributo da sociedade civil, uma vez que “esta permite reforçar a autonomia do Teatro Viriato, diversificando fontes de financiamento que complementam o financiamento público garantido pelo Estado e pelo Município de Viseu”. “Mas queremos ir mais longe. O nosso desejo mais profundo é que o Mecenato Cultural se traduza numa estratégia de antecipação do que, num futuro próximo, será garantia de diferenciação dentro do tecido empresarial, cada vez mais competitivo. Associar a marca de uma empresa ao distinto serviço público que o Teatro Viriato empreende junto da comunidade, nomeadamente, jovem e escolar através da formação, da sensibilização, da criação de memória e de lastro cultural é essencial para um futuro, que se quer pautado pela criatividade e inovação. Cultura continua e, será ainda mais, marca de distinção.”
Ao longo da sua história, que é feita de cumplicidades, já vários empresários depositaram enorme confiança neste projeto artístico e cultural. Assistiram aos nossos espetáculos, transportaram Cultura, acolheram e cuidaram do bem-estar dos nossos artistas e desafiaram criadores a entrarem dentro das suas empresas. Só em 2019, o Teatro Viriato angariou ao abrigo do seu programa de Mecenato Cultural 32.500€ (em apoio financeiro direto), sendo que o valor referido triplica quando nos referimos ao mecenato em géneros. O sucesso de 20 anos do Teatro Viriato é, por isso, também feito destas cumplicidades “que partilham responsabilidades na criação artística e no desenvolvimento de competências várias do indivíduo em sociedade e vice-versa”.