Todas as nossas temporadas têm a sua particularidade. O facto de coincidirem com as estações do ano confere-lhes uma maior dinâmica, propícia à afirmação de movimentos singulares.
Em Viseu, o Inverno é quase sempre agreste e este tem-no sido por todo o lado, é por isso que a Primavera surge sempre como um momento de renovada esperança, de acalmia, de contemplação e, sobretudo, de expansão… é a possibilidade amena de poder sair sem desconfiança.
Raramente, a nossa actividade incidiu e concretizou, de forma tão singular, a cidade e o Mundo, ou seja, o local e o global. De Abril a Julho, teremos a apresentação de projectos que envolvem a cidade em quase toda a sua totalidade, com a participação das várias camadas sociais, etárias e profissionais.
Para além desta particularidade, acolheremos artistas oriundos das mais diversas geografias
espaciais e conceptuais. À boa maneira de Aquilino!
Partindo do risco que os projectos sem rede locais propiciam, chegamos às propostas mais arrebatadoras e seguras em termos musicais, teatrais e singulares da dança actual, para além dos inclassificáveis.
Vamos confrontar-nos com um quadrimestre, seguramente, seguro que, certamente, nos convocará para momentos de fruição e deleite exaltantes. Ao mesmo tempo, seremos convidados para a reflexão “a posteriori” da pertinência que os espectáculos ao vivo têm nas nossas vidas. Em todas as nossas vidas, sejam elas também locais ou globais.
À semelhança da Primavera, este tempo será de efervescência, emergência ou mesmo de explosão...
Paulo Ribeiro