Esta temporada do Teatro Viriato tem a particularidade de ter uma coerência disfarçada. Começa e acaba com dança, de resto o que a caracteriza é a individualidade e a personalidade muito própria de cada criação.
De abril a julho, as propostas que apresentamos são sobretudo de teatro, no entanto depois deste programa já não poderemos falar em teatro, mas sim em teatros. Uma nova geração de criadores enriqueceu e abriu as comportas da palavra para as projectar em universos que são simultaneamente individuais e colectivos. É como se trabalhassem cada um à sua maneira a dimensão real do sonho.
Nunca tivemos uma programação tão aparentemente incoerente, nunca tivemos uma programação tão realmente coerente, nunca tivemos uma programação que plasmasse de forma tão clara os caminhos indecifráveis da criação.
A força e a linguagem muito próprias de cada proposta, seja ela de dança, musical ou teatral, será como que uma viagem por universos ou países muito diferentes mas dentro do mesmo continente. Poderia ser como um passeio daqui até à Noruega em que cada País que se atravessa é diferente do seu vizinho, mesmo partilhando as mesmas preocupações e realidades. É esta ideia de sensibilidade que se quer universal mas em que cada um fala a sua própria língua.
Paulo Ribeiro