Estamos na recta final do ano de 2008 que tem sido, sem dúvida, um dos mais belos da história do Teatro Viriato. Este final de percurso anuncia-se algo bucólico, como uma espécie de caminhada para o novo ano, em deleite. Toda a programação foi desenhada no sentido de preencher e satisfazer as expectativas dos mais exigentes, mas também de cativar os mais reticentes em matéria de fruição da vida de um Teatro. Teremos muita música e toda ela ímpar e toda ela arrebatadora e virtuosa. Começa logo com o concerto Geografias que marca um regresso muito inspirado de Júlio Pereira, não só pela forma de interpretar, mas também pela concepção luminosa deste espectáculo. Vindos de outras latitudes, igualmente marcadas pela excelência e pelo génio, teremos ainda os concertos de Pedro Carneiro, dos Dead Combo e o muito especial e natalício coro infantil da Universidade de Lisboa. O Teatro terá uma representação de luxo com interpretações e obras imperdíveis. Para além do carisma de João Lagarto e Fernando Mora Ramos, teremos ainda um Fassbinder-Café com direcção de Nuno M. Cardoso, feito em parceria com o Teatro Nacional de S. João - todos eles espectáculos que lograram alcançar a difícil unanimidade entre o elogio da crítica e a adesão incondicional do público. A Dança segue a mesma preocupação de celebrar os sentidos, apresentando a última criação da Companhia Paulo Ribeiro, a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo e o muitíssimo celebrado Israel Galván, incontornável valor do Novo Flamengo, que prova de forma brilhante que o tradicional também pode evoluir e acompanhar o seu tempo sem perder vigor. Muito pelo contrário…. Para terminar devo chamar a atenção para a intensa programação do foyer que estará habitado quase todas as semanas com concertos excepcionais. Este trimestre reflecte de forma concentrada o que se passou ao longo do ano. Temos uma actividade sobretudo direccionada para aqueles que não gostam de música, nem de teatro, nem de dança. Deixem-se estar e verão como é tão fácil sermos o outro… Como diria Fernando Pessoa.
Paulo Ribeiro
