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22 NOV'24

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Programa setembro/dezembro 2010
A nossa programação é definida para um ano inteiro, o que implica um tempo maior de antecipação. Para cada quadrimestre, delineamos uma estratégia que o caracterize de forma especial. Assim, todas as temporadas têm uma personalidade forte.  
Ao longo de quase uma década tenho mantido um entusiasmo que é semelhante em todos os editoriais, talvez possa parecer excessivo, mas a verdade é que redescubro a programação. Primeiro, decidida e encaminhada com grande antecedência. Depois com a distância do tempo, apercebo-me das suas linhas de força.
Entusiasmo-me uma vez mais com esta recta final de 2010. Ao contrário da temporada Primavera – Verão, muito virada para a cidade e para as suas instituições, o final do ano, está muito direccionado para a fruição dos espectáculos que aqui apresentam um equilíbrio muito interessante entre estreias e circu
lação nacional e internacional de obras que pertencem a autores que são referência pela linguagem própria e maturidade das suas criações.
Serão quatro meses de uma programação forte, intensa e sobretudo muito bem equilibrada. A maior parte dos autores, não abdicando de uma forma muito própria de fazer espectáculo, não abdica também da generosidade e da preocupação em comunicar. Mantemos a convicção da pluralidade de sensibilidades, do cosmopolitismo no acesso aos espectáculos. O elitismo dilui-se, porque todos são elite!!! 
O meu entusiasmo reside então na redescoberta de uma programação que tem todos os ingredientes para ser feliz, mas sobretudo pela resposta que a cidade tem dado a tudo o que temos feito. Estes últimos anos têm sido fantásticos!!!! 
Não posso deixar de referir também o desânimo que a actual conjuntura impõe. Não sei ainda se será possível manter toda a programação definida. 
Compreendo que todos deveremos fazer sacrifícios. 
Não compreendo que quando os outros estão bem nós estejamos mal, nem que quando estão mal nós estejamos pior, nem que ontem se tenha falado de grandes obras e hoje como alguém disse se “poupe nos palitos”. Não compreendo ainda a tendência asfixiante para uma burocracia omnipresente que a médio prazo talvez diminua o desemprego mas, aniquilará sem dúvida, toda actividade à sua volta. 
Este excesso burocrático, faz-me lembrar a terrível massificação do cultivo do eucalipto. Como todos sabemos as consequências são do pior...
Paulo Ribeiro

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