A programação para este quadrimestre é luminosa. Raramente, conseguimos um equilíbrio tão grande na qualidade das propostas que é nivelada por cima, independentemente do espaço de apresentação.
Apresentaremos peças e companhias inéditas em Portugal com um “focus” especial na fruição em família. A música está bem representada com projectos inteiramente nacionais, entre a emergência e a consagração, propondo diferentes estilos e sonoridades que se distribuem pela sala e pelo ambiente mais informal do café-concerto.
No teatro reinventam-se histórias de sempre com a nobreza a que os clássicos obrigam, seja pela economia de meios seja pela exuberância das interpretações, sendo que estas, de tão certeiras, dificilmente poderiam ser contadas de outra maneira.
A dança… dança com força, em toda a sua diversidade, numa mostra representativa do que podemos considerar uma emergente maturidade. E para além da mostra há ainda residências e ante–estreias, enfim, toda uma dinâmica que pretende servir, de forma abrangente, a aptidão e a sensibilidade que se foi desenvolvendo ao longo dos anos por esta arte a que poucos dão a atenção e a visibilidade que merece.
No Sentido Criativo, nomeadamente nas propostas para e com a comunidade, contamos com especialistas inspirados que vão criar obras que envolvem muita gente. Será uma oportunidade para o público descobrir facetas ignoradas dos seus vizinhos, amigos ou conhecidos, e para os próprios, que darão corpo ao manifesto, guardarão certamente estas experiências como únicas, pelo que mobilizam de aprendizagem e confraternização.
Para além da força e da visibilidade das propostas de programação, nestes próximos meses iremos também relançar bases para o futuro no que se refere ao trabalho em rede, à internacionalização e ainda ao reconhecimento e circulação de áreas artísticas injustamente marginalizadas.
A última temporada do ano, que se adivinhava sombria, pode afinal devolver à cidade uma ampla carteira de propostas e um movimento intenso, graças ao balão de oxigénio que, finalmente, chegou de um financiamento do QREN, para reembolsar despesas de um projeto de programação em rede (5 Sentidos), há muito devidas.
Por tudo o que certamente ficará de emoção e conhecimento,
tornar-se-á claro, uma vez mais, que a dinâmica de um equipamento cultural transcende em muito a pontualidade da oferta. É evidente que quando falamos em criação, sensibilização, fruição e formação, falamos também em Economia, aliás, mais precisamente em investimento e criação de riqueza, pelo que representam de preparação para o futuro, para os vários futuros, sejam eles colectivos ou individuais…
Paulo Ribeiro