De Setembro a Dezembro a nossa programação será ou terá como mote a consequência. O teatro, a dança e a música terão uma representação das mais consequentes de que há memória, não só pela dimensão dos projectos, como, sobretudo, pela energia que transportam. É o Outono da urgência emergente, de propostas de novas linguagens com consequência para o presente e para o futuro, é um momento inédito porque jamais programamos com uma plataforma tão alargada de estreias. É a consequência de termos um público mais curioso, mais crítico e, sobretudo, mais exigente no que respeita à diversidade do olhar... Depois, dada a actual conjuntura, o nosso futuro, tal como o nosso país, está realmente na encruzilhada da escolha definitiva entre a consequência ou a inconsequência.
É com agrado que em Viseu constatamos que, finalmente, a cultura está na ordem do dia e tem marcado os debates de todos os partidos políticos. Infelizmente, em outras cidades apercebemo-nos, através dos discursos políticos, que o enorme património de uma dinâmica cultural ímpar, construído ao longo de anos, pode ser desbaratado pela inconsequência de decisões populistas que, com consequência, provam que é rara a nossa inteligência para aproveitar e capitalizar o que está bem feito. Uma das coisas que a dinâmica cultural cria é, sem dúvida, a evidência de que temos que capitalizar o passado para construir um futuro com consequência.
Paulo Ribeiro