Andamos em contraciclo, andaremos sempre. A nossa coerência está na diversidade. De Setembro a Dezembro fazemos tudo.
Vamos à génese deste Teatro, homenageamos um dos seus mentores, reflectimos com olhares diferentes sobre as várias geografias. Acolhemos a grande música de outros mundos. Abrimos as portas à palavra dita e vivida por especialistas mas também pela comunidade que se entrega aos desafios que lhes são lançados. Fazemos um ciclo de danças essenciais e lançamo-nos noutros projectos para todos os corpos e sensibilidades.
A nossa coerência está na diversidade a nossa riqueza é falarmos muitas línguas que são entendidas por todos. Num só espaço convergem e são emitidas visões de universalidade tolerância respeito e sobretudo o prazer do colectivo. O prazer do colectivo com responsabilidade individual.
Um Teatro é sem dúvida um lugar mágico, porque em palco todos se transcendem. Em palco, tudo é diferente e é por isso que andamos em contraciclo. Aqui dentro falamos sempre da grandeza humana, quando lá fora esta parece ter desaparecido. Lá fora, a humanidade parece cada vez mais refém do medo!
Escrevo este editorial no dia do Brexit. Escrevo triste, muito triste e com uma pena enorme de estarmos a chegar tão baixo. Para uma programação luminosa, o meu primeiro editorial em luto!
Paulo Ribeiro