Nesta programação encontramos uma geografia artística que se traduz numa multiplicidade de latitudes e longitudes.
Uma geografia artística marcada pelo pensamento político e pelo questionamento do indivíduo na sociedade atual. Uma dimensão corporizada pela estreia de Luis Miguel Cintra no palco do Teatro Viriato, mas também por um feliz acaso. Há, precisamente, dois anos atrás, em vésperas de eleições legislativas, apresentávamos um texto de Henrik Ibsen, sobre a “verdade suprema”. Agora em tempo de eleições autárquicas, levamos a palco
O Pato Selvagem, do mesmo autor, peça encenada por Tiago Guedes e que resgata a “mentira necessária” para uma sociedade feliz.
Uma geografia artística que se amplia com a estreia de um novo projeto de formação para jovens, desta vez, em dança. Chama-se PEDRA e resulta de uma parceria do Teatro Viriato com a Culturgest e o Teatro Municipal do Porto.
Uma geografia artística que se estende para fora de portas. Isto porque também já habituámos Viseu a não circunscrever a nossa atividade ao espaço físico do edifício municipal. Desta vez, é o Teatro das Compras, que se propõe transformar a relação de cada um com quatro lojas da cidade.
Uma geografia artística desenhada por diferentes gerações de criadores nacionais e talvez a melhor expressão dessa dimensão seja a New Age, New Time, mostra de dança que, este ano, apresenta obras de Paulo Ribeiro, Teresa Silva, Filipe Pereira, João dos Santos Martins, Cláudia Dias, São Castro, António Cabrita, Marta Cerqueira, Ricardo Machado e Rui Horta; e que se renova com a introdução de dois módulos de formação em dança.
Uma geografia artística que se quer, sobretudo, habitada, por isso, fica o convite para que a descubram e redesenhem connosco.
Paula Garcia