2020 foi um ano atípico no percurso do Teatro Viriato por duas grandes razões: Paula Mota Garcia, diretora artística e diretora do CAEV desde 2018 anunciou a sua partida para novos desafios, mantendo-se como Presidente do CAEV – centro de artes do espetáculo de Viseu, e convidando Patrícia Portela para a direção artística do Teatro Viriato a 1 de março; uma pandemia sem precedentes instalou-se no mundo inteiro, duas semanas após a mudança de direção no Teatro Viriato fechando teatros em todo o mundo e alterando todos os calendários e todos os afazeres desta e de todas as casas culturais durante grande parte do ano.
No Teatro Viriato, em grande parte de 2020, para além da apresentação da programação antecipadamente calendarizada e que tentámos apresentar de acordo com o previsto, recalendarizando-a, adiando-a ou transformando-a para que se adaptasse às múltiplas circunstâncias e às múltiplas alterações de última hora, inventámos ainda uma nova programação, paralela e remota que respondesse ao tempo presente. A dedicação incondicional de uma equipa inteira permitiu que o teatro se mantivesse sempre activo durante todo o ano, e em contacto com o seu público e os seus artista, mantendo a ligação entre todos activa e surpreendente.
Para que tudo isto fosse possível de portas fechadas, tivemos de aprender e repensar áreas artísticas, tipos de palcos, novas técnicas e tecnologias que até então não dominávamos ou desconhecíamos. Em suma, em 2020, programámos pelo menos três vezes para cada dia, produzimos e reproduzimos oito vezes cada atividade, testámos cada formato vezes sem conta e comunicámos e recomunicámos vezes mil cada espectáculo, cada concerto, cada evento, remodelando o próprio espaço físico vezes sem conta — para respondermos às novas regras da Direção Geral da Saúde e para conseguirmos apresentar espetáculos inicialmente construídos para outros formatos, para outra proximidade com o público, agora impossível, e para outros contextos.
O resultado é o que vos contamos durante estas páginas de relatório.
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